O que é depressão pós-parto?

Raquel
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O que é depressão pós-parto?


A depressão pós-parto é surpreendentemente comum. Estima-se que ela afete mais de 10 por cento das mulheres ao logo do primeiro ano que tiveram bebê. Na realidade, esse tipo de depressão pode começar a se manifestar dias, semanas ou meses depois da gestação, ou ainda mesmo durante a gravidez – cerca de um terço das mulheres com depressão pós-parto já apresenta sintomas na gravidez..

Sabe-se que a depressão pós-parto está ligada às mudanças hormonais que ocorrem no organismo feminino com a gestação, mas há outros fatores que influenciam também, como ambientais, psicológicos e genéticos, que vão além do controle de qualquer pessoa.

A maioria das mulheres sente alguma tristeza nas primeiras semanas depois do parto, no chamado blues puerperal, mas é uma melancolia passageira.

No caso da depressão pós-parto, a tristeza e o desânimo não melhoram conforme o tempo passa. Pelo contrário, podem piorar.

É importante que a mulher ou algum familiar reconheçam logo a depressão, para que ela receba o apoio e o tratamento necessários. Sem tratamento, a depressão pode durar meses e até anos.

Quais são os sintomas da depressão pós-parto?


Os sinais e sintomas da depressão pós-parto são diferentes de mulher para mulher. Veja a seguir uma lista de alguns sintomas mais comuns e saiba que, muitas vezes, os familiares e amigos os reconhecem antes da própria mulher.


  • Tristeza constante e desânimo
  • Choro excessivo
  • Sensação de que nada de bom vem pela frente
  • Sensação de culpa e de responsabilidade por tudo
  • Irritabilidade e falta de paciência
  • Exaustão permanente, mesmo quando consegue descansar um pouco
  • Dificuldade de dormir à noite ou dificuldade para ficar acordada, sair da cama durante o dia
  • Sensação de que não dá conta de cuidar do bebê
  • Dificuldade de se divertir com o que antes lhe dava prazer e dificuldade de se conectar com as coisas
  • Falta de concentração e de capacidade de decisão
  • Grandes variações de humor
  • Perda ou excesso de apetite
  • Sensação de não conseguir lidar com as circunstâncias da vida
  • Falta de vontade de estar com parentes e amigos
  • Culpa, sensação de incompetência
  • Medo de tudo em relação ao bebê
  • Sensação de que o bebê é um estranho e não seu filho
  • Pensamentos negativos demais em relação a você ou ao bebê (como, por exemplo, de que pode machucá-lo)
  • Vontade de fugir, de sumir
  • Pensamentos suicidas


Muitas mães sentem um ou mais dos sintomas descritos acima em algum momento do pós-parto. É normal ter dias ruins de vez em quando. Mas, se você está tendo esses sentimentos na maioria dos dias, e não parece estar melhorando, você pode estar com depressão pós-parto e deve procurar orientação profissional, nem que seja do pediatra do bebê ou do obstetra que acompanhou sua gravidez, para começar.

Em casos raros, podem aparecer alucinações sobre atitudes violentas. Se tiver pensamentos negativos extremos, procure ajuda médica imediatamente. Psicose pós-parto ou puerperal é incomum, porém grave.

Quando é que a depressão pós-parto acontece?


É comum que a depressão pós-parto apareça nos primeiros meses depois do parto, especialmente nas primeiras cinco semanas. Mas ela também pode surgir a qualquer momento ao longo do primeiro ano do bebê.

Em alguns casos, a mulher está se sentindo bem e se adaptando à vida de mãe, e a depressão aparece. Em outros casos, ela já estava deprimida durante a gravidez, e a chegada do bebê não traz alívio.

Existem mulheres mais propensas a ter depressão pós-parto?


Os especialistas ainda não sabem exatamente por que certas mulheres ficam deprimidas e outras não. Porém há certas situações que parecem aumentar o risco de uma depressão pós-parto. São elas:


  • Já ter passado por uma depressão antes ou algum outro problema de saúde mental
  • Ter tido depressão durante a gravidez atual ou uma gravidez anterior
  • Não ter família por perto ou algum outro sistema de ajuda no dia a dia
  • Ter sido vítima de abuso físico, emocional ou sexual na infância ou vida adulta
  • Ser portadora de doença crônica ou outro problema médico
  • Ter passado por um parto difícil ou complicações de saúde no pós-parto
  • Ter tido um bebê prematuro ou com problemas de saúde
  • Dificuldade em amamentar
  • Perda de um ente querido, recentemente ou no passado -- o nascimento do bebê pode despertar lembranças dolorosas


Lembre-se de que esses fatores são de risco e não causam depressão pós-parto. Muitas mulheres com vários fatores de risco nunca desenvolvem depressão ou ansiedade, enquanto outras com um só fator (ou até nenhum) acabam sendo diagnosticadas com depressão pós-parto.

Qual é o tratamento da depressão pós-parto?


O tratamento para depressão pós-parto é semelhante ao da depressão que ocorre antes ou durante a gravidez: geralmente envolve algum tipo de terapia, antidepressivos ou ambos, dependendo da gravidade dos sintomas.

Fazer terapia, consultar um psiquiatra ou tomar remédio não é sinal de fraqueza. Muito pelo contrário, indica que você está disposta a fazer tudo o que for necessário para ficar saudável e manter seu bebê saudável e seguro.

É importante você saber que, com ajuda, vai se sentir melhor. Leia a seguir mais informações sobre os diferentes tipos de tratamento.

Terapia


Embora conversar com seu parceiro ou uma pessoa de confiança da família ou de seu círculo de amizades ajude, é provável que eles achem difícil de entender o que está se passando com você, já que não são treinados para isso.

A terapia ou psicoterapia é uma forma de tratamento que envolve sessões individuais e/ou em grupo (com outras mulheres passando por experiências semelhantes).

Há muitos tipos de terapia, e o importante é que você procure alguém certificado para o trabalho específico com depressão e outros distúrbios psicológicos.

Existe, por exemplo, a terapia comportamental cognitiva, que auxilia o paciente a romper o ciclo de pensamentos negativos ou não realistas que contribuem para a depressão. Há também a terapia mais voltada a explorar problemas nos relacionamentos com outras pessoas e que podem alimentar a depressão, a ansiedade e a sensação de incompetência.

Muitas vezes somente a terapia é suficiente para reverter o quadro de depressão, mas, em diversos casos, é necessário associar ao tratamento alguma medicação (que só pode ser prescrita por médicos).

Não se intimide em procurar ajuda especializada e encare isso como um ato de amor pelo seu bebê, para que você possa ser a mãe que sempre sonhou ser.

Antidepressivos


Os antidepressivos servem para reequilibrar as substâncias químicas no cérebro. Eles atuam para melhorar o seu humor, ajudar no sono e fazer com que você se sinta menos irritável.

Esse tipo de tratamento exige disciplina com horários e costuma levar de duas a quatro semanas para fazer efeito. Não desista por achar, no começo, que ele não está melhorando em nada sua situação.

Lembre-se de que pode demorar um pouco para que seu corpo se adapte à medicação (ou a uma combinação de remédios), e tenha em mente que às vezes a dose ou o tipo do remédio precisam de ajustes conforme a reação do organismo. Não interrompa o tratamento sem conversar com seu médico antes, mesmo se achar que já está melhor, porque a depressão pode voltar de repente. Parar de uma hora para a outra também pode provocar sintomas de abstinência, especialmente para quem toma remédio faz tempo, mesmo que a medicação não seja viciante.

Se um antidepressivo tiver sido recomendado para o seu caso e você estiver amamentando, saiba que há no mercado remédios compatíveis com o aleitamento materno e até esquemas para garantir que o bebê não receba leite com substâncias diferentes das que precisa. Caso note alguma diferença no comportamento do seu bebê depois do início do tratamento, mencione para o médico que receitou o remédio ou para o pediatra.

É verdade que nem todos os antidepressivos funcionam para todo mundo, e pode haver efeitos colaterais para a própria mulher, porém a maioria desses efeitos se resolve com o tempo. Ainda assim, relate para o especialista qualquer mudança que incomode você no dia a dia..

Fora o tratamento para você, é importante que o parceiro e a família também sejam envolvidos e saibam como colaborar na prática.

E se não tratar a depressão pós-parto?


Uma depressão pós-parto que siga sem tratamento pode ser uma experiência solitária, confusa e até assustadora. Muitas mulheres com depressão pós-parto sentem vergonha e culpa.

A depressão pós-parto grave não tratada pode, com o tempo, virar um risco de vida para a mulher, podendo levar ao suicídio.

O tratamento ajuda a entender o que está causando a depressão e também a abrir um caminho de recuperação. Terapia pode ajudar você a descobrir ferramentas internas para lidar com os sintomas e formas de gerenciar as variações de humor.

É muito importante também se tratar pelo bem do bebê. Ter uma mãe com depressão não tratada está associado a uma série de possíveis problemas sociais, emocionais e comportamentais da criança. Outras consequências podem ser ainda atrasos na aquisição da linguagem e no aprendizado em geral.

O que mais fazer para superar a depressão pós-parto?


Além de buscar ajuda profissional, veja a seguir algumas outras providências para tomar enquanto lida com a depressão pós-parto:

1.Mantenha uma alimentação saudável: Caso não tenha apetite, procure fazer pequenas refeições regularmente, para que os níveis de açúcar no seu sangue não caiam, o que pode afetar diretamente o seu humor. Você precisa de energia, assim como seu sistema imunológico, para não ficar se sentido exausta e desanimada.

2.Descanse bastante: Durma quando conseguir, ou simplesmente relaxe. Se alguém puder cuidar do bebê para você por algumas horas, aproveite para tirar uma soneca durante o dia, tome um banho bem relaxante ou escolha uma boa leitura e curta alguns momentos de preguiça. Procure descansar sempre que o bebê estiver tirando uma soneca também e esqueça a lista de obrigações domésticas menos urgentes.

3.Exercite-se: Pode ser a última coisa que você tenha vontade de fazer neste momento, mas ter alguma atividade física vai ajudar você a se sentir melhor, tanto mental como fisicamente.

Você pode entrar em alguma aula de ginástica, mesmo que seja online. Se não for possível ou você não tiver vontade desse tipo de exercício, só de sair para uma caminhada todos os dias já auxiliará no seu bem-estar.

4.Encontre-se com outras mães: A vida de uma mãe recente pode ser bastante solitária, e o sentimento de solidão é pior ainda quando se convive com a depressão. Procure conhecer outras mães que estão na mesma fase de vida -- é bom saber que não é só você que vive determinadas situações, como o cansaço de cuidar de um bebezinho. Veja ideias de como fazer novas amizades ou confira a comunidade BabyCenter.

5.Julgue menos: Quem está com uma virose precisa de tempo e espaço para se recuperar. O mesmo vale para quem está com depressão pós-parto. Não se sobrecarregue de tarefas domésticas que não sejam urgentes e adie as "grandes" decisões por enquanto. Permita-se alguns mimos e não se cobre sentir isso ou aquilo que é o "certo" para mães.

6.Aceite ajuda: Deixe que amigos e familiares façam tarefas por você, e peça ajuda especialmente ao seu parceiro ou outras pessoas próximas de confiança. Peça que elas leiam este texto especial para parceiros e familiares de mulheres com depressão pós-parto.

Há como prevenir a depressão pós-parto?


Não se sabe se é possível prevenir a depressão pós-parto. Alguns médicos podem receitar antidepressivos imediatamente depois do parto em casos de risco. Tratar a depressão durante a gravidez também pode colaborar para evitar ou abrandar uma eventual depressão pós-parto.

Caso você já tenha tido depressão pós-parto uma vez, avise o profissional de saúde que acompanha a sua gestação ainda durante o pré-natal. Há chances de você não ter depressão de novo. E, se tiver, você não será pega tão de surpresa e poderá procurar ajuda mais cedo.

Para usuárias do SUS, pergunte sobre os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) na Unidade Básica de Saúde da sua região, para receber orientações de como encontrar um especialista ou uma equipe para ajudar você.
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